segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Ainda não sei como um desconhecido pode ter uma ligação tão grande comigo, ainda não entendo porque a morte dele me pertuba tanto. Não aguento mais pensar nele, não aguento mais me sentir culpada por uma morte que felizmente eu não tive nada a ver. Estava apenas no lugar errado e na hora errada, o que eu realmente espero é que essa culpa acabe e logo.
Já me sinto bem melhor, claro, ficaram algumas marcas, alguns ematomas, mas já vão melhorar.
Hoje volto para a escola, fiquei apenas 2 semanas em casa, mas parecem meses, sinto falta de tudo, amigas, do movimento do colégio de ter oq fazer de manhã e por incrível que pareça sinto falta dos professores. Acho q esse tempo longe da escola me fez muito mal.
O colégio foi tenso, literalmente, todos ficaram me perguntando como eu estava me sentindo, dizendo que sentiam muito pela morte do Johnnie. Como se eu fosse, sei lá, algum ente querido próximo dele, isso me irritou muito.
Não vejo a hora de voltar pra casa. Ter apenas um pouco de privassidade pra poder descançar, todo esse stress do colégio me deixou mentalmente cansada demais.
Quando finalmente cheguei em casa, senti alguma coisa diferente, algo q não consigo explicar o que era, sentia sento observada, uma sensação terrível. Procurei em todos os lugares da casa, pra ver se alguém tinha entrando enquanto eu estava no colégio e minha mãe trabalhando, mas não tinha ninguém. Ainda bem. Não saberia o que fazer se realmente tivesse alguém aqui comigo.
Fui até o meu quarto e deitei na minha cama, a princípio fiquei olhando pro teto vendo várias formas, algumas eu não consegui identificar já outras me pertubaram e a que mais me pertubou foi o rosto do Johnnie.
Ele estava me encarando, de uma forma intimidadora e acusatória e depois disso eu acordei. Era só um sonho. Mas foi tão real.
-Eu não tenho culpa de você ter morrido - disse para mim mesma.
 

sábado, 9 de outubro de 2010

Continuação...

Pra variar foi aquela gritaria quando nos encontramos, depois foram as quatro se abraçar e perguntar como haviam passado as férias e tudo mais. Perguntaram como eu estava, respondi que estava tudo bem, mas infelizmente Anne não acreditou nem um pouco na minha afirmação. Ela deixou essa passar, não queria que o resto do grupo ficasse mal por minha causa, e eu também não.
O resto do dia passou tão depressa que eu nem percebi a hora passar.
Ao chegar em casa minha mãe já estava preparando o almoço.
-Oi, mãe.
-Oi filha, como foi o seu dia ?
Contei a ela todos os detalhes do meu dia, apesar de não ter nada para contar, ela insistia em saber mais e mais.
-Mãe, vou para o meu quarto fazer os meus trabalhos.
Estava tão cansada que não terminei o trabalho e acabei dormindo em cima da minha mesa de estudo. Acordei tão assustada com um sonho tão estranho que tive.
Sonhei com um garoto que eu nunca havia visto na minha vida, e foi um sonho tão estranho... Eu realmente espero que não aconteça o que aconteceu em meu sonho.
 Finalmente dia seguinte e mais um dia de aula. Fiz tudo o que deveria fazer e sai pro ponto de ônibus. Quando cheguei lá eu tomei um susto, o garoto com que sonhei estava parado no ponto que eu pego o ônibus. Fui andando pensando “Que ele não pegue o mesmo ônibus comigo”.
Mas infelizmente o que eu menos queria aconteceu, ele pegou não só o mesmo ônibus, mas foi pro mesmo colégio também.
Estava tão tensa com o que poderia acontecer, já que primeiro havia sonhado com aquele garoto que eu nunca havia visto na minha vida, e ele amparasse no dia seguinte indo pro mesmo colégio que eu, agora só falta acontecer tudo que aconteceu no meu sonho... O que eu espero que não aconteça em hipótese nenhuma.
Ele não falou comigo, nem eu com ele, não durante a ida ao colégio, nem durante as aulas. Mas na volta pra casa ele começou a puxar assunto comigo, perguntando meu nome, onde eu morava, o que eu fazia da minha vida... Lógico ele também se apresentou.
-Meu nome é Johnnie, mas meus amigos meus amigos me chamam de John.
John era até simpático, e o que eu não podia deixar de perceber. Mas uma coisa atrapalhou as coisas.
Estávamos perto de casa , quando o ônibus passava por um cruzamento e um caminhão bateu no ônibus, na direção em q estávamos. Fomos arremessados a uns três metros de distância do acidente.
Eu ainda estava consciente quando os bombeiros chegaram, só não conseguia me levantar, estava com muita dor. Eu vi os bombeiros socorrendo o Johnnie antes de mim. “Talvez ele esteja pior que eu.” Pensei comigo mesma.
Não sei o que aconteceu depois disso. Só sei que acordei em um quarto branco com uma luz muito forte encima de mim - o que me incomodou bastante.
 Perguntei onde estava, quando me lembrei do que tinha acontecido, perguntei do Johnnie. Minha mãe ficou relutante nessa hora. A princípio não quis me contar, mas eu insisti e ela me contou.
-Filha, aquele seu amigo faleceu.
Aquilo pra mim foi um choque. Como ele poderia ter morrido se nós dois fomos lançado à mesma distância do ônibus?


Continua...